quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Quem abraça o ministério herda uma cruz!



As Escrituras nos asseguram que, de alguma maneira, o "problema do mal" redundará em bem, e que o bem ultrapassará grandemente o mal; e isto é uma declaração que reflete uma fé profunda na providência e plano eterno de Deus.
Não há motivo para aquele que abraçou o ministério se sentir desmotivado frente às pressões do mesmo, pelo que, em meio a sofrimentos somos desafiados a combatermos o bom combate da fé. Não sejamos utópicos em afirmar que é bom sofrer. Entretanto, há certa necessidade de se entender o valor do sofrimento segundo os parâmetros da Palavra de Deus, principalmente pelo fato de hoje se dar mais ênfase no triunfalismo, desmerecendo a importância do conceito de sofrimento vivido por Jesus e os Apóstolos, ainda mais no que se refere ao tipo de crentes que estão sendo "fabricados" em determinadas igrejas evangélicas brasileiras por conta dessa prédica do triunfalismo desenfreado.
Existe uma expressão usada em liderança que afirma: "o líder é a chave", é de se acreditar! Porém, se o líder é o agente principal na produção de uma cristandade mais parecida com Cristo, é de se questionar quais tem sido sua práxis teológica frente a um discipulado que seja verdadeiramente ortodoxo e relevante para a igreja contemporânea.
Quando líderes evangélicos de expressão, formadores de opinião, afirmam batendo no peito que o Brasil está em "Avivamento" tendo como base para essa poesia, estatísticas relacionadas ao crescimento numérico de evangélicos e evangelicais no Brasil, experiências em reuniões carismáticas (êxtases), bem como também costumam dizer alguns teólogos, as práticas da boa-cumba (misticismo – fogueira santa, descarrego etc.) é de se entristecer! Pois, ao contemplarmos a nossa volta, ainda nos deparamos com a injustiça social, individualismo, violência e corrupção, inclusive dentro da própria igreja. É de se entender que o que estão querendo fazer frente à realidade da igreja em nossa nação, se parece com a obra intitulada “Utopia” do filósofo inglês Thomas More. No enunciado em questão, o autor descreve uma ilha recém-descoberta, que abriga um Estado preocupado com a felicidade de um povo e com a organização da produção, onde a propriedade privada e o dinheiro não existem. Na realidade, More apresenta uma história sobre uma sociedade impossível, pois, a própria palavra utopia foi criada por ele com a junção de ou (não) e topos (lugar), ou seja, "lugar que não existe".
A felicidade só será possível na sociedade, bem como na cristandade contemporânea, mediante ao estabelecimento do Reino de Deus somado a uma práxis bíblico-teológica. Segundo a falta deste princípio, é que se reafirma a necessidade do sofrimento.
Ainda que, como cidadãos do Reino venhamos a sofrer, sigamos o exemplo de nosso mestre Jesus, que aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu. (Hb 5:8)
Enquanto alguns pregam: Pare de Sofrer! Jesus diz a seus discípulos, no mundo tereis aflições, tende bom ânimo! Paulo o apóstolo nos convida a exemplo de Timóteo a sermos participantes de seus sofrimentos como bons soldados de Jesus Cristo.


Por Marco Mardine